Em conversas, o presidente tem demonstrado irritação com o desempenho de Lupi no enfrentamento do problema.
No Palácio do Planalto, a avaliação é que após uma semana de deflagração da crise no INSS, o ministro não conseguiu oferecer soluções para a contenção dos problemas que abalaram a reputação do governo em um momento de recuperação de popularidade do presidente.
Lula falou publicamente sobre o escândalo do INSS pela primeira vez em seu pronunciamento na TV para o 1º de Maio. “Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, disse.
Assim, caso Lupi deixe o primeiro escalão do governo Lula abre caminho para uma possível pré-candidatura a presidente de Ciro Gomes, que tem sido um crítico do Governo Federal, mas, de quando em vez acaba moderando as batidas por conta do cargo ocupado pelo presidente nacional licenciado da legenda, a quem Ciro sempre tem destacado se tratar de um amigo que a política lhe deu.
No encontro do PSB, pela primeira vez, o senador Cid Gomes (PSB) deu demonstração de reconciliação política com o irmão ao declarar publicamente que no campo nacional jamais ficará contra ele, uma vez que o pensamento de ambos seguem a mesma linha.
Por enquanto, Lupi se mantém no cargo de ministro buscando explicações para um tema caro para os petistas que é a corrupção, que volta ao centro do debate nacional justamente no momento em que Lula vai recuperando o terreno da popularidade.
Caso ele caia do ministério, os desdobramentos podem influenciar na política cearense, isto é só um exercício de cálculos, mas que está dentro do campo das possibilidades. Também serve como análise política, de como as questões nacionais estão intrinsicamente ligadas a questão local.